04 outubro, 2015

Viajando sozinha

 

                Que eu amo viajar, todos já sabem, mas agora vou contar a minha aventura viajando sozinha pela primeira vez. Eu já queria escrever sobre essa experiência há um tempo, mas fui deixando e me envolvendo com as faculdades até que resolvi finalmente sentar e digitar.

                Até julho eu só tinha viajado com a família e amigos, mas surgiu a oportunidade de participar do encontro nacional dos estudantes de arquitetura, uma semana acampando no Rio de Janeiro. A princípio tentei convencer uns amigos a ir, no início todo mundo quer, mas com o tempo vão desistindo, até que me vi sozinha, com o coração cheio de vontade de pegar o avião. E foi isso, arrumei a mochila, peguei a barraca e fui ruma ao desconhecido.

                Nunca tinha ido ao Rio de Janeiro, entrei no avião com um frio na barriga, chegando na cidade, um misto de medo e animação. Estava em estase. Peguei um ônibus para a UFRJ, o motorista foi super simpático e disse que ia me avisar quando passássemos pela universidade, mas ele também se perdeu, era seu primeiro dia naquela linha, falta de sorte? Foi o que eu pensei no início, mas um passageiro me disse para descer na próxima, atravessar a pista e pegar outro ônibus escrito UFRJ, foi o que fiz e nisso conheci dois garotos na parada, me deram dicas, riram do meu sotaque e ajudaram com ônibus.

                Pronto, finalmente cheguei no campus destinado ao camping, peguei minha credencial e fui montar a barraca. Eram mais de 2.000 pessoas, gente de todo jeito, com todos os sotaques, do Brasil e de fora! Tive que me soltar! Conheci todos os meus vizinhos, pessoas incríveis a proposito! (Galera de São João Del Rei, Curitiba e SP se estiverem lendo, estou com saudade!).

                Durante o dia eram feitas várias rodas de debate, sobre feminismo, ecologia, sustentabilidade, o declínio da cidade, urbanismo, meio ambiente, drogas, minorias etc, alguns grupos saíram do camping pra participar de ações nos Morros, em projetos sociais e era feitas oficinas como a de bio construção que foi MARAVILHOSA! A noite as festas tomavam conta, e eram ótimas, toda noite um tema diferente.

                O banho era gelado, a única divisão entres os chuveiros era um plástico preto e a fila era enorme, talvez para você que está lendo pode parecer loucura, ficar nua com várias meninas pra tomar banho gelado depois de uma hora de fila, mas olha, foi ótimo. Conheci tantas meninas, rimos da vergonha nos primeiros dias e depois de uns três banhos você percebe que não há nada de errado em mostrar o corpo e receber aquela água fria depois de um dia cansativo (e produtivo).

                Conheci pessoas nas rodas, nas festas, nos bares, na fila do banheiro, na fila do almoço, no morro, na visita ao instituto NISE, no ônibus, na rua, nas barracas e no chuveiro. Ouvi histórias de estudantes e morados, consertei telhados de centros comunitários e vivi, vivi como nunca!

                Depois de uma semana o que posso dizer é que foi a MELHOR EXPERIÊNCIA DA MINHA VIDA. Passei por perrengues, tive que aprender a me virar e fiquei muito mais aberta a novas pessoas e novos desafios, me abri para o mundo, de fato! Posso dizer que me conheci e me encontrei como nunca antes.

                Talvez tenha sido loucura viajar sozinha, sem conhecer ninguém e para uma cidade que nunca tinha ido, mas foi a loucura mais certa que já cometi. Quero mais e já estou planejando a próxima. 
 
 

E você, já viajou sozinhx? Me conta suas experiências!




Nenhum comentário:

Postar um comentário